segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Para um dia lembrar

God knows. Estou a algum tempo encarando ora uma página em branco, ora uma janela fechada com uma súbita certeza da mudança que ocorreu comigo ao longo dos meses, dos anos, que outrora era um ontem. Acesso a um e-mail antigo, juntamente com antigas cartas de amor e uma antiga pessoa que costumava ser eu. Aparentemente consegui um passe VIP para dar uma espiada em algo que eu jurava ser eterno e hoje não passa de uma lembrança para o coração e para a mente. Uma lembrança sem tamanho poder sobre mim e talvez por isso a aceitação da tomada de outros caminhos por pessoas próximas tenham um ‘’’quê’’ de maturidade ao buscar olhar para frente sem permitir me agarrar a um passado que já não olha mais para mim. Pessoas mudam, sentimentos mudam e cabe a nós permitir que o outro se vá. Eu estou tentando, afinal, não fui eu quem disse que se deve aprender a dizer adeus? Isso tudo é só para dizer que I shall never forget.  

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

But you let me down

 Como posso explicar para meu inconsciente que você não existe mais em nenhum lugar além da minha cabeça? Tenho tentado, mas preciso te contar, como te contava tudo, está difícil. Não era um relacionamento, mas era, não éramos nada, mas éramos tudo. Alguém explica para meu coração o que nem eu soube explicar. Você costumava entender, eu costumava contar. Acho que preciso admitir: sinto saudades. Falta parece um termo muito frio para algo que ainda me aquece em momentos difíceis. Sinto saudade. Daquelas que enche o peito com a possibilidade do encontro e assusta a mente, arregala os olhos e visualiza tua sombra até na árvore dos encontros e desencontros.
De alguma forma, você me fez querer escrever. Escrever o que não consigo dizer. Escrever o que não sei contar. Escrever o que foi e têm sido a ausência da tua presença ainda tão firme.
Minha culpa você ser a razão de mais algumas palavras sem sentido que apenas pedem para sair. Don't let me go. DON'T LET ME GO. 
Consigo sentir, em um universo paralelo, uma menina de cabeça baixa com os olhos cheios de lágrimas pedindo para não ser deixada para trás, apesar de todos os pesares. Consigo realmente sentir e encarar essa menina, quero abraçá-la. Ela sente o mesmo que eu. Você chegou tão perto. Tão perto. O que você fez comigo? Preciso deixar você ir, afinal, você já foi. Mas, como cofre dos meus segredos, posso compartilhar mais uma coisa? Juro que vai ser a última, assim como jurei que não iria ser sobre você, e, agora é. Talvez tenha sido desde o início. Espera. Voltando ao segredo, um instante me distraiu, o segredo se perdeu. Talvez o segredo, assim como eu e você, não tenha nascido pra ser conhecido. Obrigada. Essa doeu. Essa ficou, mas você se foi. Eu também vou. Você dizia que eu era forte, então irei ser. Irei ser forte para permitir que você se vá, como você jurou nunca ir, but you let me down.

sábado, 11 de junho de 2016

Sobre o dia 12

São 00h e as redes sociais já começaram a esboçar indícios de que as uniões deveriam ser celebradas. Tolos são eles que não imaginam que todo mês existe um dia doze para nós, seja no vinte e dois ou no trinta e um.
Mas não custa nada fazer parte da brincadeira, ainda que ninguém precise saber. Mandei uma mensagem para você com um protótipo de recado que significava para nós mais do que os textos a serem esboçados nas redes sociais: ''oi, mané, amo você''. 
Você sabe, nós sabemos o quanto essa pequena mensagem é cheia de significado, ainda que seja clichê, ainda que todos os textos, de todas as pessoas, terminem com ela. 
Eu não preciso dizer muito mais, pois você sabe de tudo apenas no encontro dos nossos olhares e na suavidade de nosso toque, nas guerras de nossos sanduíches e no aconchego do nosso abraço. 
Posto esse clichê em segredo, porque ainda que o mundo não precise saber, eu quero sempre lembrar e mostrar o quanto eu posso ousar em te chamar de lar. Feliz dia dos namorados para mim, para você e para todos os casais conveniados ou solitários. Todos nós merecemos brilhar no coração do outro, mas se você, atrevido amigável que lê esta mensagem, não tem ninguém, não esqueça, devemos brilhar acima de tudo em nossos próprios corações, a fim de que nossa luz seja o farol.

Texto fictício escrito por Adriane.